Loot e os Fomori: a lore do novo personagem mais fofo (e talvez perigoso?) de Magic
Poucos personagens recentes capturaram tanto a atenção dos jogadores quanto Loot. Introduzido em Foras da Lei de Encruzilhada do Trovão (2024), Loot é visualmente um filhote.
Apesar da aparência adorável, ele é descrito como “a chave de tudo”, capaz de compreender os Omenpaths - caminhos místicos interplanares que redefiniram o Multiverso após os eventos de Marcha das Máquinas.
Nosso protagonista
Loot é uma criatura de origem Fomori e passado desconhecido. Ele surge como um ser único no Multiverso, dotado de um poder singular. Loot possui pelagem laranja, chifres escuros, olhos verdes grandes e uma cauda com um orbe azul na ponta, onde reside parte de seu poder.
Ele representa um elo entre tempos antigos, planos distantes e uma linhagem esquecida: os Fomori.

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Introdução: Os Fomori e sua história nas cartas
Os Fomori são uma raça antiga e enigmática, que existe na lore desde antes de -5000 AR (ou seja, milhares de anos antes da maioria dos eventos conhecidos). Mas foi em coleções recentes que os personagens foram resgatados. Seu retorno à narrativa representa uma reinterpretação moderna de uma raça esquecida, com profundidade mitológica e conexões importantes com planos clássicos como Ixalan e Ir.
Desde sua primeira aparição em 2007 até os desdobramentos mais recentes em 2024, os Fomori evoluíram de simples criaturas para uma civilização complexa.
Primeira Aparição: Visão do Futuro (2007)
A estreia dos Fomori ocorreu na coleção Visão do Futuro, do bloco de Espiral Temporal, com a carta Fomori Nomad. Essa criatura era um gigante com corpo imenso e características monstruosas, mas pouco foi revelado sobre sua origem naquele momento. Sua presença sugeria uma cultura ou raça antiga, mas sem contexto ou aprofundamento narrativo.

Segunda Aparição: Commander 2011 – Ruhan dos Fomori
O próximo vislumbre dessa raça veio com Ruhan dos Fomori, um comandante lendário na coleção Commander 2011. Embora Ruhan seja um personagem isolado, sua associação com os Fomori trouxe novas pistas. Ele introduz a noção de uma cultura guerreira Fomoriana, ainda envolta em mistério.
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A Civilização Fomoriana: O Império da Moeda
O verdadeiro aprofundamento na história dos Fomori ocorre apenas anos depois, com a revelação de que eles são parte de uma antiga civilização chamada Império da Moeda, descoberta pelo planinauta e arqueólogo Quintorius Kand. Essa revelação acontece em diferentes momentos, por meio do próprio personagem, junto a Tamiyo, Jace Beleren, Vraska e Saheeli Rai. Essa civilização viria do plano de Ir, especificamente da Ilha de Turri, uma imensa fortaleza rica em mana. Eles teriam sido capazes de viajar entre planos e, aparentemente, eram colonizadores interplanares bastante agressivos.
Na coleção As Cavernas Perdidas de Ixalan, os Fomori são identificados como os Kisik, ou "Colonizadores", e são descritos como humanoides massivos, com pele acinzentada, chifres, pernas robustas e mãos com garras curvas. Suas armaduras tinham coloração de ferrugem, e suas naves eram imensas embarcações metálicas semicirculares, feitas de uma única peça de um estranho metal chamado cosmium e associadas a um tipo de tecnomagia. Essas naves possuíam múltiplos andares, tetos altos e móveis oblongos. Em seus níveis inferiores, tanques de estase abrigavam Fomori adormecidos. Elas também serviram de base para a ocupação do núcleo de Ixalan, sendo tecnologicamente mais avançadas até do que já vimos em artefatos Thran ou Phyrexianos.

Historicamente, os Fomori chegaram a Ixalan muito antes da Invasão Phyrexiana, solicitando refúgio. Com a recusa dos Oltec, sua atitude rapidamente se tornou hostil. Eles capturaram o sol interior Chimil, fonte de mana e vida do local. Aprisionaram-no com suas estruturas metálicas tecnomágicas e desencadearam a Guerra Noturna, um conflito de 320 anos entre os Fomori e os Oltec.
A guerra terminou quando o aprisionamento de Chimil foi rompido, e o próprio sol destruiu a estrutura que o continha. O metal cósmico liberado misturou-se com os destroços das naves, formando um recife ao redor do sol.

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Apesar da vitória temporária dos Fomori, o Império entrou em colapso por razões desconhecidas. Relíquias como moedas encantadas, ruínas e cofres foram espalhadas por diversos planos, incluindo estruturas como Maag Taranau. Muitos esqueceram sua existência, mas alguns estudiosos - como Tamiyo - preservaram o conhecimento por meio de relatos e artefatos.
Sobre os Oltec
Os Oltec são a antiga civilização humana que habita o Núcleo do Paraíso, o interior da esfera oca do plano de Ixalan. Eles são considerados os ancestrais diretos do Império do Sol e guardiões dos segredos e tecnologias do Núcleo, vivendo em harmonia com a natureza e os deuses profundos.
Eles são uma civilização avançada e espiritual, cuja existência está intrinsecamente ligada ao equilíbrio do Núcleo de Ixalan. Sua cultura combina magia, tecnologia e uma profunda conexão com os deuses, tornando-os peças-chave na lore do plano.

Redescoberta pelos Planeswalkers
Tamiyo e Jace Beleren
Dois anos antes da Invasão Phyrexiana, Tamiyo compartilhou com Jace Beleren informações sobre o “Império da Moeda”, tendo descoberto histórias e vestígios durante suas viagens. Jace já havia investigado o cofre Fomori por ordem de Tezzeret, pois Nicol Bolas demonstrava grande interesse em seu conteúdo - algo temido até por ele. Jace não conseguiu abrir o cofre na ocasião, mas suspeitava que havia vida adormecida dentro. Após a Guerra da Centelha, em uma nova conversa com Tamiyo, descobre que o cofre pertencia a uma civilização perdida e tecnologicamente avançada.
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A investigação de Quintorius Kand
Um ano após a Invasão Phyrexiana, o planeswalker Quintorius Kand encontra símbolos monetários misteriosos em sua jornada por diversos planos. Intrigado, começa a chamá-los de "Império da Moeda". Saheeli Rai entra em contato, relatando a presença de relíquias semelhantes sob as ruínas de Orazca, em Ixalan. Ao visitar o plano, Quintorius confirma que os símbolos encontrados em tábuas Oltec são, de fato, da mesma civilização.

Durante sua expedição ao núcleo de Ixalan, Quintorius encontra um cadáver Fomoriano e, após conversar com os antigos Oltec, aprende sobre a antiga invasão. Em Colony's End, local de queda de uma das naves invasoras, ele encontra mais moedas e uma cápsula com um Fomori em animação suspensa. Ao se aproximar, a criatura se move, forçando sua fuga.
Essas descobertas são peças fundamentais para reconstruir a história do Império.
Loot: Herança Viva e Navegador Planar
Não sabemos se Loot é um espécime comum dos Fomori ou se, até entre os seus iguais, ele é especial. O que sabemos é que o pequeno possui uma mente psíquica altamente desenvolvida, com a capacidade de compreender simultaneamente múltiplas rotas entre planos - e que ativa artefatos antigos como se fossem extensões naturais de si. Isso o torna alvo de forças diversas, de ladinos a entidades demoníacas.
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Apesar de todo o seu poder, Loot mantém um comportamento infantil. Não fala, mas se comunica por gestos e telepatia rudimentar. Sua curiosidade constante e empatia o tornam querido por aqueles que o conhecem - mesmo quando estão tentando usá-lo para fins egoístas.

A Jornada de Loot pelos Planos
Cavernas Perdidas de Ixalan: Embora Loot não apareça diretamente nesta coleção, ela marca um ponto de partida importante. Aqui, os Fomori são reintroduzidos ao lore como os Kisik - gigantes colonizadores e hostis.
Os Foras da Lei de Encruzilhada do Trovão: É nessa coleção que Jace e Vraska encontram Loot, adormecido em Maag Taranau, uma instalação ancestral Fomori. Envolto por inscrições arcanas e murais representando gigantes, Loot desperta e revela habilidades únicas: ele vê e manipula os Omenpaths, tornando-se peça estratégica no tabuleiro multiversal.

A Relação de Loot com Jace e Vraska
Após ser resgatado por Jace e Vraska, Loot inicia as aventuras que conhecemos até agora. A situação é delicada - o casal enfrenta turbulências marcadas pelo luto causado pela própria completação, além da vergonha pelos atos que cometeram sob sua influência. Quando Nova Phyrexia é derrotada, eles conseguem retornar da corrupção do óleo graças aos esforços conjuntos de Jace e sua mãe.
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Com o retorno, uma surpresa: Vraska perde sua centelha. E diante do fim iminente de si mesmos e do mundo, as prioridades mudam. É nesse ponto que entra Loot. Para Vraska, ele representa a marca de um possível recomeço com Jace - mais leve, mais familiar. Para Jace, é uma oportunidade de colocar o multiverso em ordem.
Mas o que parecia um vínculo afetuoso vai tomando um contorno mais sombrio. Ao final, Loot já tem medo de Jace, que constantemente o induz a um tipo de sono para explorar melhor suas habilidades. Com Vraska, a conexão se mostra mais sólida: ela passa a protegê-lo cada vez mais.

Duskmourn: Loot é capturado por Valgavoth, uma entidade poderosa que também possui interesse em seus poderes especiais. Este plano tem paisagens sombrias e uma atmosfera de terror, sendo o próprio corpo do demônio o ambiente.

Aetherdrift: Aqui, Loot é forçado a competir pelos Speed Demons no Grand Prix de Ghirapur. O grupo é liderado por Winter, arauto de Valgavoth. O evento de alta velocidade destaca a habilidade de Loot em navegar por desafios complexos e perigosos. Nesse plano, ele encontra a Planinauta Chandra Nalaar e acaba sendo resgatado por Jace e Vraska, que o levam de volta à sua missão.

Tarkir: Dragonstorm: No clímax da história, vemos Loot e Vraska em destaque novamente, após escaparem por um Omenpath. Juntos de Elspeth e Narset, emergem desorientados em um templo, onde se deparam com um céu anormalmente escuro - resultado do exército de dragões liderado por Sarkhan Vol.
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Diante da ameaça iminente, Elspeth instrui Vraska a proteger Loot e retirá-lo do local. Vraska, usando sua magia de camuflagem, desaparece com Loot, garantindo sua segurança enquanto Elspeth e Narset se preparam para o combate.
Conexões Simbólicas e Visuais
Loot compartilha traços físicos com os Fomori: chifres, pelagem, um orbe azul. Sua interação com artefatos Fomorianos é imediata. O nome “Loot” carrega duplo sentido: espólio e tesouro - um ser entre ruínas e renascimentos. Os próprios Fomori trazem referências à mitologia real, o que nos ajuda a entender melhor essas criaturas misteriosas.
Mitologia Celta e os Fomori
Na mitologia irlandesa, os Fomóire eram gigantes deformados, uma raça ancestral que representava o caos, a escuridão e as forças destrutivas da natureza. Teriam sido os primeiros habitantes míticos da Irlanda, frequentemente em conflito com os Tuatha Dé Danann - os deuses e heróis civilizadores. Balor, o mais temido entre eles, foi morto por seu neto Lugh.
Em algumas versões, os Fomori são vistos como gigantes marinhos; em outras, como deuses primordiais - nem totalmente malignos, nem benignos, mas caóticos e essenciais.

Em Magic: the Gathering, os Fomori se tornam uma civilização perdida. Loot pode ser a reconciliação possível: talvez não o herói que destrói o caos, mas aquele que o compreende. Seu nome evoca uma sensação de civilização poderosa, arcana e esquecida - marcada por decadência e misticismo.
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Referências até no nome
A palavra “Fomori” parece inspirada nos Fomorianos (ou Fomóire), mas possui etimologia incerta. Entre as hipóteses está o proto-celta fo-mor, que pode significar:
- “Abaixo do mar” (fo = sob, muir = mar), sugerindo uma origem abissal ou subaquática;
- “Fantasmas do submundo” ou “demônios da morte”, reforçando o caráter sobrenatural e ameaçador da raça.
O cofre Fomori onde Loot é encontrado chama-se Maag Taranau, nome que une termos do irlandês antigo (mag, “planícies”) e galês (taranau, “trovões”). Mais um reforço das raízes mítico-célticas da ambientação.

Decadência e Esquecimento
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Assim como os Fomorianos foram vencidos e esquecidos pela mitologia, os Fomori de Magic são uma civilização perdida - restando apenas ruínas, lendas e crianças adormecidas como Loot.
Caminhos Abertos: O Futuro de Loot e dos Fomori
O plano de Ir permanece um território inexplorado, com enorme potencial para novas narrativas. Loot, já uma figura central do pós-Omenpaths, é o elo entre mundos, personagens e tramas. Seu olhar curioso ainda ilumina caminhos que o próprio Multiverso precisa aprender a percorrer.

Conclusão: O Elo entre Caos e Esperança
Loot não é apenas um mascote encantador. Ele é a chave de um passado grandioso e o portador de um futuro em transformação. Sua trajetória conecta ruínas e sonhos, caos e reconciliação - mostrando que até mesmo o menor dos seres pode carregar o destino de todo um Multiverso.
E você? Como acha que nossa bola de pelo laranja vai lidar com seu passado… e com seu possível futuro? Deixe nos comentários - vamos conversar!

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