Magic: the Gathering

Deck Guide

Entrevista com Fabio Soeiro, finalista do Pauper Masters Online

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Uma entrevista com Fabio Soeiro, conhecido como FSoeiro, que utilizou seu Burn para fazer 4-0 nas rodadas de suíço das finais do Pauper Masters Online, onde chegou até as finais do Top 8!

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revised by Tabata Marques

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Table of contents

  1. > Introdução
  2. > A Entrevista
    1. Primeiro, nos conte um pouco sobre você, de onde você é, sua história com Pauper, etc.
    2. A sua escolha de deck para o torneio foi o Burn. O que te levou até essa escolha?
    3. Você fez 4-0 nas rodadas de suíço, e chegou até as finais. Qual foi o jogo mais desafiador para você?
    4. Qual é a sua opinião sobre o atual estado do Pauper nos últimos meses? Você acredita que algo precisa ser banido? Se sim, o quê?
    5. Alguns decks novos tem surgido no formato nos últimos meses, você acredita que as edições mais recentes tem, apesar de algumas con...
    6. Todo jogador e comunidade tem uma versão diferente sobre como o Pauper deveria ser. Para você, qual seria o estado ideal para o Pa...
    7. Você acredita que algum card poderia receber um downshift nas próximas edições no formato?
    8. Você acompanha ou joga algum outro formato competitivo além de Pauper?
    9. Quais são seus planos como jogador de Magic para 2022?
    10. Há algo que você gostaria de dizer à comunidade de Pauper ou aos nossos leitores?
  3. > Conclusão

Introdução

No último Domingo, ocorreram as finais da segunda temporada do Pauper Masters Online, torneio independente organizado por mim, em parceria com a Cards Realm e diversos outros torneios independentes, onde 24 jogadores disputaram os 70 Tix arrecadados durante a temporada.

Ao final das rodadas de suíço, os jogadores do Top 8 disputaram entre si em rodadas eliminatórias, onde os seguintes jogadores participaram:

FSoeiro (Burn)

Boom_bust (Rakdos Affinity)

AdrianoTT (Burn)

Mosskirin (Mono White Heroic)

ImViniih (Bogles)

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GGR212 (Project X)

Doug08 (Mono White Heroic)

TakamurA_ (Jund Cascade)

Nas rodadas eliminatórias, vimos o jogador FSoeiro rapidamente vencer TakamurA_, enquanto as partidas dos demais competidores foram muito equilibradas, com todas elas terminando em 2-1.

Nas semifinais, boom_bust venceu GGR212 por 2-1 com seu Rakdos Affinity, enquanto FSoeiro conseguiu levar a melhor contra o Bogles de ImViniih, também por 2-1, em uma partida acirrada.

A rodada final, entretanto, teve um resultado inesperado: Ambos os jogadores se conhecem, e chegaram ao acordo de que dividiriam entre si a premiação de primeiro e segundo colocados, sem a necessidade de jogar a partida pela premiação, e essencialmente os jogos tornaram-se uma questão simbólica para encerrar o torneio.

Ao decidir a quem entrevistar, o jogador boom_bust mencionou preferir que o entrevistado fosse o FSoeiro, que ficou em primeiro colocado nas rodadas de suíço, utilizando seu Burn.

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A lista de FSoeiro é a versão padrão do Burn, sem muitas diferenças nas adições, ou sem nenhum card cuja utilidade não tenha sido comprovada há anos. O jogador, aparentemente, optou por jogar “safe”, sem utilizar cards novos que estão sendo testados no arquétipo, como Kessig Flamebreather, Reckless Impulse, ou até Kiln Fiend, que algumas listas utilizaram no Sideboard em ligas recentes.

Outro ponto interessante da lista é a ausência de Pyroblast no Sideboard, o que pode ser ocasionado de restrições de budget do jogador, ou até mesmo uma escolha consciente, visto que já ouvi de outros jogadores de Burn que inclusão de Pyroblast pode render um atraso na maneira como o deck joga para uma partida que já é naturalmente ruim para o deck, e que as cópias de Pyroblast que você coloca no Sideboard podem ser, da mesma forma que o card que te permite ganhar o jogo ao anular uma mágica do oponente, o card que lhe faz perder a partida porque você o topdeckou num momento crítico.

No final das contas, a ausência de Pyroblast foi pouco relevante para o jogador, já que houveram poucas cópias de Blue-Based Decks no torneio.

Por outro lado, o Sideboard parece um pouco datado, com a inclusão de cards que não estão presentes nas listas atuais, como Molten Rain (que ainda é muito útil para lidar com Tron e puxar algum dano extra), ou Keldon Marauders (que comumente serve para jogar contra decks com removals, de forma a punir o jogador por lidar com sua criatura, enquanto estabelece pressão contra decks que não costumam ter muitos bloqueadores em jogo).

Mas, no final das contas, ao optar por uma escolha segura de cards ao invés de experimentar ideias diferentes, FSoeiro conseguiu jogar com seu deck de maneira exemplar, fechando o torneio com um resultado de 4-0, e chegando até a rodada final, demonstrando que um arquétipo tão clássico para o formato e com efeitos tão redundantes como o Burn ainda consegue estabelecer bons resultados num Metagame aberto.

A Entrevista

Primeiro, nos conte um pouco sobre você, de onde você é, sua história com Pauper, etc.

Sou Fábio Soeiro, moro em Sobral-CE, sou juiz certificado pela Judge Academy (L1), Tournament Organizer da região, dono da Arcane Snacks & Games, entusiasta de Commander (de preferência 1x1, mesão demora demais) e apaixonado pelo melhor formato do MTG: Pauper.

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Meu primeiro contato com o formato foi em 2010, quando nos reunimos aqui na região para jogar o Pauper Standard da época (Rise of the Eldrazi), mas entrei de cabeça mesmo em 2017, quando retornei ao Magic após alguns anos afastado, jogando de Izzet Blitz num torneio local/presencial, e não parei mais. Comecei no MTG Online em fevereiro de 2021 por conta da pandemia, farmei a minha pool praticamente inteira nos torneios independentes da CardsRealm e joguei durante muito tempo de Boros Bully (meu deck favorito no formato, ganhei muitos torneios locais com ele), pegando, inclusive, top4 na temporada passada do Pauper Masters, em julho.

A sua escolha de deck para o torneio foi o Burn. O que te levou até essa escolha?

Então, é até meio complicado de falar, mas eu estava há alguns meses sem jogar no MTGO direito por estar atolado de trabalho. Consegui a vaga no segundo Qualifier jogando de Izzet Serpentine, quando percebi que o Boros Bully estava um pouco defasado para o meta. Quase nem ia jogar o Pauper Masters, tive que organizar um torneio presencial no mesmo dia. Por isso a escolha pelo Burn: queria um deck rápido, que me permitisse jogar bem e dar atenção ao meu evento daqui.

Joguei as duas primeiras rodadas enquanto o evento ainda acontecia e após a conclusão do mesmo, consegui dar atenção total ao Masters. Felizmente o deck tem poucas bad matchs, notei até que haviam várias presentes, como Soul Sisters e Mono White Heroic, mas dei sorte de não esbarrar contra nenhum desses decks.

Você fez 4-0 nas rodadas de suíço, e chegou até as finais. Qual foi o jogo mais desafiador para você?

Durante o suíço acredito que, curiosamente, foi contra o AdrianoTT, numa mirror de Burn. Abri 1-0 tranquilo porque ele manteve um terreno na maior parte do jogo, mas no G2 na play, ele foi mais rápido. No G3 ele veio com muitas criaturas, então tive que gastar a maioria dos meus burns para removê-las, além do fato de eu ter comprado as duas Forgotten Cave do deck, atrasando bastante meu plano de jogo.

Houve dois turnos em que eu estava na iminência da derrota, mas ele não comprou bem. Salvo engano, ele comprou dois terrenos seguidos, enquanto eu encontrei mais burns e consegui finalizar a partida.

Qual é a sua opinião sobre o atual estado do Pauper nos últimos meses? Você acredita que algo precisa ser banido? Se sim, o quê?

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Acredito que o Pauper passou por mal bocados esse ano após o lançamento de Modern Horizons 2. É incrível o impacto que essas coleções direcionadas a outros formatos tem para o Pauper.

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Em MH1, vieram cartas problemáticas como Arcum’s Astrolabe, Ephemerate, Weather the Storm, etc. Já esse ano, além da peste dos esquilos, que era consenso entre todos os players, ainda trouxeram cartas ótimas para o Affinity.

Acredito que os novos terrenos artefatos não deveriam ter sido impressos como comuns, bem como o Sojourner's Companion. Apesar de fazer os decks abusarem de Cleansing Wildfire, sendo uma estratégia até um pouco honesta, esse ciclo de terrenos trouxe uma consistência que antes o Affinity não tinha.

Mas mais do que isso, o lançamento posterior de cards que dão muito Card Advantage, como Deadly Dispute, foi o que deixou o Affinity poderoso como está. Entretanto, se fosse para banir algo, eu não baniria nem os terrenos, nem as cantrips do deck, nem tampouco o Atog, clássico para o formato. Eu escolheria tirar o Disciple of the Vault. Essa carta é problemática demais, e mesmo sendo uma carta muito antiga, ela não deveria estar presente enquanto essas mais novas permanecerem.

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Alguns decks novos tem surgido no formato nos últimos meses, você acredita que as edições mais recentes tem, apesar de algumas consequências negativas, ajudado a diversificar o formato?

Como falei anteriormente, algumas edições direcionadas a outros formatos têm potencial de arruinar o Pauper. Acredito que a Wizards poderia dedicar um pouco mais de esforço para balancear certas cartas. Não faz sentido lançarem como comum, por exemplo, Ephemerate, se já existe Cloudshift que faz a mesma coisa, mas pior.

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É o mesmo caso de Sojourner, que está na mesma curva do Myr Enforcer, mas com benefícios. Isso sem falar de alguns outros anos, quando trouxeram a mecânica de Monarca para o 1x1, o que é um erro. Eu acredito que o formato deve sim, ser diversificado, já estivemos vivendo sob o reinado de Faeries, Tron e Monarch. Só acredito que deve haver mais cuidado nos balanceamentos.

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Todo jogador e comunidade tem uma versão diferente sobre como o Pauper deveria ser. Para você, qual seria o estado ideal para o Pauper?

O estado ideal do Pauper, para mim, seria como estava no começo do ano. Eu não sou muito de jogar Ligas, e entendo haver dominância de alguns arquétipos nas ligas e nos Challenges. Mas o meta independente da CardsRealm, por exemplo, é muito divertido! Claro, houveram algumas defasagens de uns meses para cá, mas a diversidade de decks e de bons jogadores que surgem nesse cenário é algo que me empolga bastante! Eu adoraria sempre jogar num metagame assim.

Você acredita que algum card poderia receber um downshift nas próximas edições no formato?

Não é só porque joguei de Burn nesse torneio, mas eu tenho um sonho que Skullcrack recebesse downshift. Talvez fosse muito forte para o formato, de fato. Então se houvesse algo na linha de Flames of the Blood Hand, que impedissem o ganho massivo de vida além de prevenir o dano, os decks aggro teriam mais sobrevida no formato com uma inclusão dessas.

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Você acompanha ou joga algum outro formato competitivo além de Pauper?

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Sim, eu gosto muito do Commander 1x1. Infelizmente a Wizards abandonou esse formato, focando somente no Multiplayer. Mas há uma vertente muito forte de pessoas interessadas em ter um formato direcionado a isso. Não só aqui em Sobral, mas também na capital Fortaleza e em estados próximos daqui, como no Piauí, jogamos o formato Leviathan, que nada mais é que um commander 1x1, com 30 pontos de vida, banlist própria, atualizada e recorrente. Há um comitê de jogadores que pensam exclusivamente nesse formato, muito jogado na Europa. Eu adoraria que fosse mais difundido e inclusive aconselho quem queira experimentar. Eles possuem um sitelink outside website e um grupo no Facebook, são super acessíveis para dúvidas e tudo mais.

Quais são seus planos como jogador de Magic para 2022?

Como dito, eu organizo os torneios aqui na região. Então, para 2022, eu possuo alguns projetos para cá, como intensificar as ligas regionais de Pauper e de Commander Leviathan, além de criar a Liga Pioneer, para dar mais diversidade aos formatos jogados por aqui. Também pretendo retomar minhas atividades no Magic Online. Saí do Pauper Masters empolgado, vou aproveitar para voltar a estudar mais o formato, voltando ao meta independente da CardsRealm e talvez até jogando algumas ligas.

Há algo que você gostaria de dizer à comunidade de Pauper ou aos nossos leitores?

Primeiramente gostaria de agradecer à CardsRealm e a quem organiza essa comunidade. Não é um trabalho fácil gerir tudo isso, só com muito amor à causa mesmo. Então deixo aqui meu agradecimento especial a cada pessoa que trabalha para trazer todo esse conteúdo e entretenimento para nós.

Já para a comunidade de Pauper: nada está tão ruim que não possa piorar... Brincadeira! Eu acredito que em breve haverá algum balanceamento, então não desistam do nosso formato. E aos leitores: independente do formato que jogue ou da sua visão de mundo, respeitem sempre o próximo! Comunidades de MTG costumam ser um pouco tóxicas, o que acaba machucando e afugentando muita gente. Então se você ama o jogo, você deve respeitar quem joga com você. Seja a mudança que você quer ver no mundo!

Conclusão

Esta foi nossa entrevista com Fabio Soeiro, finalista da segunda edição do Pauper Masters Online, onde se saiu invicto nas rodadas de suíço jogando de Burn, e você pode encontrá-lo no Twitterlink outside website !

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Em breve, estarei anunciando alguns pontos sobre o futuro do projeto Pauper Masters, e o que podemos esperar para 2022!

Obrigado pela leitura!